02 maio 2006

orgasmo-nos

No início dos tempos o orgasmo era uma coisa muito simples: só os homens é que o tinham, e servia para os avisar de quando é que tinham de parar. Depois elas desataram a ter orgasmos e a coisa complicou-se de sobremaneira. Aquilo que era uma função básica da reprodução ganhou uma pluralidade de dimensões e, hoje em dia, o orgasmo tem mais funções que um telemóvel de última geração. Senão vejamos: O orgasmo vende revistas: coloque-se a palavra «ORGASMO» a ocupar 1/3 da capa de uma revista e tem-se uma edição esgotada. O orgasmo é um barómetro de performance para eles e para elas – quantos mais, melhor. O orgasmo faz bem à pele. O orgasmo dá audiência ao Júlio Machado Vaz. O orgasmo desentope o nariz e tem efeitos anti-histamínicos. O orgasmo reduz a tensão e o stress. O orgasmo mais decibélico enfurece qualquer vizinho mais rebarbado. O orgasmo produz expressões faciais caricatas. O orgasmo aumenta a longevidade. O orgasmo tem efeitos inexplicáveis ao nível da auto-estima. Se alguém duvida da capacidade feminina de complicar o que quer que seja, o orgasmo tira-vos todas as dúvidas. Ou seja, se têm dúvidas, tenham um.

Absenteísmo e Presenteísmo Dr. Luiz Roberto G. Fava Talvez você nunca tenha ouvido falar nestas duas palavras. Mas é bom ir se acostumando a elas, pois são palavras cada vez mais presentes nas organizações. Todo gestor sabe que a saúde, a motivação e a capacitação de seus empregados são factores do sucesso económico das empresas. Entretanto, doenças que causam a incapacidade temporária do empregado podem gerar prejuízos que afectam a produção e o lucro da empresa. Absentismo é a ausência temporária do trabalho por motivo de doença. Além de afectar o lucro e a produção das empresas, o absentismo também gera horas extras, atrasos nos prazos, clientes descontentes e aumento da actividade dos outros funcionários que tem de dar a cobertura para o colega ausente. Para se ter uma ideia sobre o impacto na economia, em 2001, o absentismo por doença custou para a Alemanha, 44,76 biliões de euros enquanto que para o Reino Unido, a perda foi de 11 bilhões de libras esterlinas, principalmente devido a doenças dos sistemas osteomuscular e respiratório. No Brasil, as despesas aumentaram 31,8% com a concessão do auxílio-doença. Em 2000, o auxílio-doença representava 3,2% dos gastos da previdência social; em 2004, esta despesa subiu para 7,5% A Organização Panamericana de Saúde acredita que mais de 70% das empresas não apresentam condições ergonomicamente favoráveis para a realização das tarefas solicitadas a seus empregados. Por outro lado, o índice de absentismo por doença vem decrescendo nos últimos vinte anos enquanto o índice de absentismo por doenças psíquicas vem aumentando. Isto se deve às mudanças que vem ocorrendo em função da globalização, entre as quais se incluem a terceirização, a reengenharia, o downsizing, maior produtividade, aumento do stress e medo do desemprego. Já o presenteísmo significa estar sempre presente ao trabalho, porém doente. Estas vítimas não faltam, mas apresentam sintomas como dores (de cabeça, nas costas), irritação, alergias, etc. Com isto, há queda da produtividade e prejuízos para a empresa. Um estudo realizado pelo Institute for Health and Productivity Studies, dos Estados Unidos, mostrou que as empresas americanas chegam a perder 150 biliões de dólares/ano devido à presença de funcionários doentes apresentando falta de rendimento nas suas actividade. . Entre os sintomas mais comuns do presenteísmo estão: dores musculares, cansaço, ansiedade, angústia, irritação, depressão, insónia e distúrbios gástricos. Entretanto, o grande gerador do presenteísmo é o stress. De acordo com o International Stress Management Association, os oito países mais stressados do mundo, em ordem decrescente, são: Japão (70%), Brasil (30%), China (24%), Estados Unidos (20%), Israel (18%), Alemanha (16%), França (14%) e Hong Kong (12%). No Brasil, segundo o mesmo instituto, três em cada dez brasileiros apresentam problemas de saúde devido ao stress no trabalho. Estes números têm gerado nas empresas uma nova visão, sendo que algumas delas já apresentam projectos direccionados para a manutenção da saúde de seus funcionários. Isto inclui: reeducação postural global (RPG), massagens, drenagem linfática, ioga, meditação, ginástica laboral, alimentação balanceada, check ups periódicos, palestras motivadoras, etc. Porém, menos de 5% das empresas oferecem estes tipos de programas. A grande maioria das empresas não possui programas específicos de qualidade de vida para oferecerem a seus funcionários. Entretanto, de acordo com José Tolovi Jr. , presidente do Great Place to Work, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo (6 de Março de 2005), “a médio prazo, tende a aumentar a preocupação da empresa com prevenção e controle de doenças, diminuindo o uso da assistência médica”. Grandes empresas, como Pão de Açúcar, Natura, Motorola, já apresentam programas neste sentido. Por exemplo, a Motorola recebe em valor agregado para cada aplicado em programas de qualidade de vida. E esta parece ser a tendência mundial nas empresas e conglomerados.• De uma forma resumida, o importante é não ficar doente, principalmente se o empregado é do tipo motivado e que “veste a camisa” da empresa. Se a mesma não apresenta nenhum programa visando uma melhoria da qualidade de vida de seus empregados, cabe exclusivamente a eles buscar actividades que diminuam o stress, tanto pessoal como no ambiente de trabalho. Mudança de emprego, melhoria do clima interno da empresa, mudança de função, actividades físicas, férias, desenvolvimento de um hobby e trabalho voluntário são algumas sugestões para se viver menos doente e mais feliz.